Alguns mitos em dietas
Imagem: divulgação
1 – “Fazer jejum emagrece”
O jejum pode ser muito perigoso para o organismo, pois, numa forma de defesa, o metabolismo torna-se mais lento e a perda de peso não ocorre de maneira normal. Ou seja, além de fazer mal à saúde, a perda de peso é basicamente às custas da perda de líquidos celulares e massa muscular, e, portanto, não é eficaz. O que ocorre é justamente o contrário: no retorno à dieta normal, o organismo se recupera e passa a aumentar o peso, tentando manter uma reserva maior de energia armazenada (gordura) para se prevenir, no caso de um próximo jejum.
2 – “Não comer carboidratos emagrece”
Uma dieta com restrição de carboidratos deixa de fornecer o combustível principal para o corpo gerar energia. A forma de defesa do organismo para compensar a falta do alimento é retirar esta energia de suas reservas (glicogênio do músculo e do fígado). É verdade que a perda de glicogênio muscular pode levar a uma perda de água e, consequentemente, perda de peso, mesmo em curto espaço de tempo, mas no retorno à dieta normal ou habitual, o músculo se recupera e o peso aumenta. E a gordura nesta história? Em curto prazo, continua intacta, no mesmo lugar. O fator mais prejudicial decorrente da retirada total dos carboidratos da dieta é a adaptação inicial, que ocasiona hipoglicemia. A queda do açúcar no sangue diminui as funções cerebrais, ocasionando moleza, sonolência, perda de memória, perda do poder de concentração e muita dor de cabeça. Em alguns casos, desmaios, com risco de acidentes. O excesso de carboidratos aumenta a gordura corporal rapidamente, mas a retirada total é muito prejudicial.
3 – “Beber líquidos durante as refeições engorda”
Vai depender da qualidade e quantidade deste líquido. É recomendado um copo pequeno de água sem gás às refeições, a fim de ajudar no processo de digestão, principalmente porque uma dieta saudável deve conter alimentos ricos em fibras, o que aumenta a necessidade de água, para de auxiliar o trânsito intestinal. Em relação aos outros líquidos, a quantidade recomendada é a mesma, mas deve-se atentar para as calorias, caso contrário a resposta para esta questão é positiva. As bebidas gaseificadas e concentradas (sucos) não são recomendadas pelo efeito no funcionamento digestivo. Pode “empurrar” os alimentos, aumentando o volume do estômago, ou, ainda, diminuir a velocidade de esvaziamento gástrico, ou competir com a digestão dos alimentos, dificultando o aproveitamento dos nutrientes. Para quem tem gastrite ou hérnia de hiato, nunca são indicados líquidos às refeições, para não distender o estômago.
4 – “Cerveja dá barriga”
Não existe uma relação do tipo da bebida com o aumento da gordura corporal. É o estilo de vida de cada um que contribui para o aparecimento das “gordurinhas” em locais indesejados. Homens têm maior probabilidade de aumentar a gordura abdominal quando há sobras calóricas. Outros fatores relacionados são os acompanhamentos, que, em geral, são petiscos calóricos, como pastéis, queijos à milanesa, frango à passarinho, amendoins etc. A quantidade excessiva de cerveja também é outra razão, pois na maioria das vezes o consumo extrapola um copo. Sabendo que uma lata de cerveja tem em média 135 Kcal. Mais os petiscos, é só fazer as contas no final do happy hour! E o pior de tudo, no horário em que devíamos comer menos calorias (noite).
5 – “Comer carboidrato à noite engorda”
Na verdade, não é o carboidrato que engorda, e sim seu acompanhamento. Alguns destes alimentos apresentam em sua composição uma quantidade grande de gorduras, o que aumenta seu valor calórico e faz engordar. A dica é consumir carboidratos ricos em fibra e pobres em gordura, principalmente pelo fato de necessitarmos de uma quantidade menor de energia neste período. O que vale é diminuir a quantidade de todos os grupos de alimentos à noite, e não apenas dos carboidratos, pois, comparando com a proteína, a quantidade de calorias por grama é a mesma. Além de diminuir as quantidades totais da última refeição do dia, a composição é um fator importante para manter o peso. Se o prato da noite for basicamente carboidrato, com pouca ou nenhuma proteína (carnes ou queijos) e ainda sem fibras (legumes e verduras), a absorção dos carboidratos fica muito facilitada e o nível do açúcar no sangue aumenta rapidamente. Enquanto o nível de açúcar está alto, o organismo se utiliza desta fonte de energia e inibe a utilização de gordura corporal como forma de energia. Durante o sono, o nosso corpo usa mais gordura corporal do que açúcar dos músculos e do sangue como forma de energia, e o ideal é permitir que o organismo trabalhe da forma natural. Cuidado com a composição e com a quantidade do jantar. Equilíbrio é a palavra-chave.