Cleptocracia e corrupção endêmica
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Recordo que, em 1995, li uma matéria em uma revista (creio ter sido a Isto É) cujo foco era mostrar o nível de corrupção dos brasileiros.
A matéria enfatizava que em empresas, organizações, instituições, o roubo é prática generalizada e ocorre com todos, isto é, desde o office boy até os diretores e patrões.
Li, inclusive, entre aflito e atônito, que gerentes de instituições financeiras recebiam aulas/cursos para aprender a surrupiar dinheiro das contas de seus clientes através da criação de códigos diversos, e tais gerentes tinham na ponta da língua explicações mais ou menos convincentes, caso o correntista se manifestasse com queixas sobre seu saldo.
Como normalmente eram valores pequenos (tipo vinte a duzentos reais) e realizavam estas operações duas a três vezes por mês, com clientes cuja conta era bem “gorda”, o correntista dificilmente reclamava. O banqueiro lucrava uma barbaridade (hoje, mais que nunca), e vez por outra premiava seu gerente com um jantar elegante com “mimo” próximo a R$1,99. Uma beleza!
Hoje mais que nunca, sei que estão saqueando este país de forma absurda, e entendo que se não houver a participação efetiva de cidadãos de bem, não conseguiremos mudar este quadro caótico de roubalheira generalizada de bens públicos, em todas as esferas de poder.
É deprimente (para dizer o mínimo) aquilatar que a corrupção é regra nos negócios entre governo e empresas. Todos (quase sem exceção) querem levar vantagem em tudo, e isto se tornou um hábito que somente a consolidação de princípios éticos pode paralisar e defenestrar.
Ouço, atordoado, a nossa presidente Dilma falar de um jeito, e lamentavelmente agir no sentido oposto ao que propala. É incoerente, ilógico e insano!
Sim, somos a sexta economia do planeta, mas somos, também, um povo carente de tudo. Nestes nove anos e pico de governo petista, o governo fez o que para a sua população? Criou o quê? Ajudou o quê? Fala sério!
Necessitamos reformas urgentes, que permitam direcionar dinheiro grosso para a nossa infraestrutura, que está prá lá de capenga. Cadê a reforma previdenciária, que sangra nossos cofres? Cadê Garibaldi? Cadê a reforma trabalhista, que está massacrando nossas empresas e comprometendo a vida de milhões de trabalhadores?
E nossos políticos sem visão queixam-se da crise mundial, da desaceleração chinesa, da valorização do real, e tantas outras cretinices/babaquices.
O que precisamos é de reforma fiscal que defina o volume de arrecadação necessária para os gastos do governo, e uma reforma tributária que defina a forma de arrecadação para atender o programa fiscal.
Nossos políticos estão batendo cabeça, falam bobagens demais e são notórios nefelibáticos* que não entendem o óbvio: o Brasil precisa crescer sem temer a concorrência de produtos estrangeiros e sem temer a taxa de câmbio com qualquer moeda em relação a nosso real.
Quem é competente se estabelece, vira o jogo, cresce e progride. O resto é papo furado e conversa pra boi dormir.
Dilma quer acabar com a miséria no Brasil. Como fará isso com a atual performance governamental? Sem acabarmos com a cleptocracia e a corrupção endêmica que grassa soberba e altiva na mente de nossos políticos, o dinheiro nunca chegará a quem, de fato, precisa.
Dilma precisa agir como a rainha Ester (Antigo Testamento), isto é, precisa fazer o que tem que ser feito. Sem medo e sem vacilos periclitantes. Na minha opinião, ela não está fazendo. Cadê a gerente durona?
Com carinho e orando para que o amor cristão esteja no coração de todos,
João Antonio Pagliosa
*Nefelibático: aquele que vive nas nuvens; sonhador.