Traumas familiares
Foto: Internet
A vida é muito semelhante ao eco, isto é: ela sempre dará para você aquilo que você dá a ela. Se der à vida coisas ruins, negativas e destrutivas, lamentavelmente é isto que receberá. Mas o contrário é absolutamente verdadeiro, e se você crer, realizar coisas boas, altruístas, sem se importar com as dificuldades e obstáculos, você vencerá.
Nunca esqueça esta realidade: a vida nos dá aquilo que nós damos a ela. Nós colhemos aquilo que semeamos.
Eu me considero um homem feliz, um homem grato pelo que sou, mas nunca satisfeito. Veja o que aconteceu comigo:
No último domingo, estava com meu filho de 7 anos e nos divertíamos à beira da piscina. Brincando na água e na maior bagunça, eu disse a ele:
“Joãozinho, eu gosto muito de você. Você é o meu melhor amigo.”
E ele me respondeu, olhando fixo nos meus olhos: “É, eu sei, mas às vezes você não gosta de mim, não”.
E eu lhe perguntei, surpreso: “Mas por que você acha isso? Por que está dizendo isso para mim?”
E meu filho, com cara de brabo, disse: “Lembra deste machucado?”, e mostrou uma cicatriz no cotovelo esquerdo. “Quando eu me machuquei aqui”, e apontou a cicatriz, “você não se importou comigo e disse que não era nada. Mas doeu muito, viu? E foi a mamãe que me socorreu. Não se lembra disso, não?”
Este pequeno acidente ocorrera três anos atrás, e lembrei a cena e entendi que o menino tinha toda a razão, e me desculpei pela minha negligência e pela minha conduta displicente.
Mas fiquei intrigado, porque ele lembrava com nitidez de um fato, para mim, corriqueiro e sem muita importância. Isto demonstra que, muitas vezes, ferimos pessoas à nossa volta e não nos damos conta disso. Não nos preocupamos.
As crianças entendem o que ocorre à sua volta com muito mais competência do que imaginamos, e por isso precisam ser tratadas com muito amor, carinho e atenção.
Há muitos anos, propalo o seguinte: “O melhor presente que os pais podem dar a seus filhos é uma infância feliz.”.
E entendo que pais responsáveis devem dedicar o máximo de tempo possível aos seus filhos, porque a convivência saudável e assídua é o fundamento para que estas crianças se transformem em cidadãos dignos, úteis. Em homens e mulheres de caráter, que irão transformar este mundo num lugar melhor.
É uma lástima que, no geral, as pessoas se deixem levar por este ritmo alucinante da vida moderna e fiquem muito ausentes da vida de seus filhos. Isto precisa ser compensado de alguma forma para evitar, na criança, transtornos emocionais e traumas psicológicos que poderão comprometer a qualidade de sua vida futura.
Dediquem mais tempo aos seus filhos, dialoguem mais com eles sobre todos os assuntos possíveis e imagináveis, e, principalmente, ouça-os com total atenção. Todos os seres humanos são carentes de amor, de afeição, inclusive aquelas pessoas de temperamento difícil que estão ao seu redor. Compreenda-as, e tenha por todos o amor puro e dedicado de Jesus.
E recorde que Deus nos criou para governar. Governar nossa vida e governar nossa família, porque somos a imagem de Deus em espírito e a semelhança de Deus na alma.
Recomendo que leia Provérbios, Capítulo 15. Reflita sobre isso. Você vai ganhar o dia.
Com carinho,
João Antonio Pagliosa