Nossa extraordinária agricultura!
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Prezado leitor, se há algo que você pode se orgulhar como cidadão brasileiro, é da nossa pujante e crescente produção agrícola.
Este fato é digno de honra, e há alguns meses escrevi um artigo comentando sobre a inflação e a alimentação no Brasil.
Frisei que o governo federal é o principal responsável pelo alto custo dos alimentos, porque seus impostos sobre a comida são os mais perversos e os mais altos do mundo. Mas, lamentavelmente, nossa população está ébria do populismo oportunista das autoridades políticas, e a vida segue, com Dilma batendo recordes de popularidade.
Em 1972, a nossa produção agrícola anual era pouco superior a 30 milhões de toneladas de grãos e contávamos com cerca de 95 milhões de brasileiros. Decorridos 40 anos, a nossa produção agrícola é acima de 160 milhões de toneladas, e somos quase 200 milhões de habitantes.
Nestas quatro décadas, dobramos nossa população e simultaneamente mais que quintuplicamos nossa capacidade de produzir alimentos. Uau, que coisa incrível, neste mundo tão recheado de más notícias!
E que satisfação indescritível comprovar que nossa produção de grãos contribui também para melhorar o ambiente em que vivemos e ajuda no combate a poluição. Parece mentira, mas é a mais pura realidade.
Hoje, temos, no país, mais de 35 milhões de hectares de lavoura sendo conduzidos pela técnica de plantio direto. Esta tecnologia, que iniciou em Rolândia (PR), no ano de 1972, pelas mãos do Sr. Herbert Rabbers, foi a que permitiu os excelentes resultados que agricultores de todos os rincões do país vêm obtendo. Só com plantio direto, associado a sementes de ciclo mais precoce, é possível realizar três colheitas por ano na mesma área de terra. Só esta tecnologia permite produções acima de 10.000 kg de grãos/hectare/ano e, pasmem, sem danos ao ambiente e ao solo.
Muito pelo contrário, o plantio direto permite que o solo esteja sempre coberto de vegetação ou de palhada da cultura anterior, que, em perene transformação, gera matéria orgânica, para alegria e júbilo das plantas. O solo tem vida, é melhorado colheita após colheita, e os resultados são muito promissores.
Nossa moderna agricultura, com equipamentos e máquinas de alta tecnologia, colhe uma safra e vem semeando a próxima no mesmo dia. Nosso clima permite, e o mundo clama por maior produção de grãos, por isso precisamos trabalhar e não perder tempo com questiúnculas de somenas importância.
No Brasil, ainda possuímos extensas áreas de cerrado totalmente improdutivo, que precisa ser domado, trabalhado e transformado em lavouras rentáveis. Isto não é simples, mas estas ações trarão riquezas à nação brasileira e auxiliarão na diminuição da emissão de gases poluentes a nossa atmosfera. Está cientificamente comprovado que cerca de 500 kg de carbono por hectare são fixados ao solo por ano, quando se usa plantio direto. E isto é matéria orgânica!
Estou falando de produção em áreas improdutivas, com simultânea melhora das condições naturais dos solos, porque ocorre um brutal incremento de matéria orgânica e transformamos solos praticamente estéreis em solos produtivos.
E quanto mais se usa plantio direto, menos se usa adubos químicos e mais melhoramos a qualidade das terras. As plantas crescem mais fortes e saudáveis e muito mais resistentes às pragas e às doenças.
A nossa alta produtividade agrícola é uma ação meritória de milhões de agricultores. Verdade seja dita! É graças ao trabalho destes brasileiros, ser hoje possível adquirir quatro vezes mais alimentos, com o mesmo dinheiro, do que há quatro décadas atrás (apesar dos impostos vergonhosos sobre nossos alimentos).
Mas e o novo Código Florestal? Dilma Roussef o sancionará ou o vetará?
Contas na ponta do lápis mostram que o veto pode custar ao país algo próximo de cento e trinta bilhões de reais/ano. O mundo não pode prescindir de nossas safras cheias e nem os brasileiros desta alta produção que faz os preços acessíveis. Gente, nós precisamos de produção e nós temos terras e tecnologia! Temos milhões de hectares degradados, inférteis, improdutivos, e precisamos urgentemente amenizar nossas muitas injustiças sociais.
Àqueles que consideram o veto de Dilma ao novo Código Florestal como atitude benéfica ao país, recomendo que reflitam e estudem um pouco mais sobre tão palpitante tema. Vamos ser verdes, mas com coerência.
E parafraseando meu irmão mais velho, preciso reiterar que “meu povo perece porque lhe falta conhecimento.”
Com carinho e orando pelo bem desta terra tão abençoada, deixo-lhes meu fraternal abraço,
João Antonio Pagliosa