Insana expansão de crédito
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A abundante oferta de crédito, principalmente por parte dos bancos estatais, tem auxiliado o aquecimento de nossa economia. Mas, a um preço muito salgado. Salgadérrimo!
Todas as nossas classes sociais (exceção à classe A) estão endividadas e amargam sérias preocupações em como acertar seus débitos. Sabemos todos que os níveis de inadimplência batem todos os recordes, e pelo que observo isto está longe de tirar o sono dos homens e mulheres do governo. O governo quer consumo!
Sabidamente, em todas as crises econômicas, invariavelmente o papel do Estado/Governo, exerce uma ação mais forte na economia. Mas aqui, em terras tupiniquins, políticas implementadas até o momento, mostram inadequação na resolução das dificuldades dos muitos milhões de devedores. E ninguém assume erros. Antes, procuram um bode expiatório, para nele descarregar a culpa da vergonhosa situação.
Considero um erro crasso, horroroso, primário, esta política de liberar créditos como se fossem benesses do governo. A principal razão é porque os brasileiros já estão demasiado endividados e não há como comprometer ainda mais seu apertadíssimo orçamento. Em Curitiba, a cidade onde resido, é fantástica a sempre crescente movimentação de carros novos circulando em nossas ruas. Chega a surpreender. Entretanto e paralelamente, sei que a nossa população é a mais endividada de todas as capitais brasileiras. O povo não está nem aí. Gasta o que não tem e parece não medir consequências!
As montadoras de veículos forçam as concessionárias. Metas. Metas. Metas. (Cada um no seu papel). As concessionárias, no afã de bater metas, forçam a venda e acabam empurrando o carro zero para o cliente que sabe que não pode comprar. Mas compra! E aí, meu prezado… Alguns meses depois, apreensão do veículo por falta de pagamentos. Insônia e desespero.
E o governo federal trabalha duro e incansavelmente para que os brasileiros comprem mais carros. Facilita crédito, diminui impostos (um pouquinho) e otimiza cenários no intuito de desovar os estoques de montadoras e concessionárias, porque o GOVERNO é aquele que mais ganha na comercialização de veículos. Cada novo carro nas ruas é mais arrecadação com impostos (escorchantes), com taxas (muitas), com multas (já virou indústria), com pedágios (extraordinariamente caros). É dinheiro grosso, e isto é uma grande festa para o Palácio do Planalto. É, também, em muitos milhares de casos, uma grande dor de cabeça e prejuízos homéricos para o desavisado comprador.
Ações governamentais mais fortes nos momentos de crises econômicas, com medidas para correção de rumos, por certo são necessárias, mas entendo muito excessiva a subordinação de bancos estatais e da Petrobras (para citar apenas ela) às determinações governamentais. E por quê?
Porque isso tem desdobramentos sérios e abrangentes. Refiro-me a possibilidade de alimentar esta corrupção que só aumenta (para nosso desespero), além de diminuir drasticamente o capital do setor privado, e além de sufocar a concorrência empresarial.
Entendo que o rearranjamento de nossa economia carece muito de investimento em nossa infraestrutura. Esta área é um verdadeiro caos. Isto geraria milhões de empregos, mas o governo crê que é na gastança de um povo endividado que faremos a economia girar. Misericórdia!
Por outro lado, entendo que estamos socializando demais e educando e ensinando de muito menos. Estão tirando dinheiro da saúde e da educação e da segurança pública para ofertar bolsas de todo tipo, aliciando o povo a se tornar dependente de migalhas e a viver no ócio.
É salutar recordar que a União Européia possui apenas três países com governo socialista: Grécia, Portugal e Espanha. Os três estão hiper endividados e com desemprego nas alturas, e ameaçam arrastar todo o bloco que aderiu ao Euro para a crise. É claro que socialismo não é solução, e recordo a frase da dama de ferro, Sra. Margaret Tatcher: “O socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros.”
O PT precisa aprender de forma definitiva que é impossível multiplicar as riquezas, dividindo-a. Chega de esbanjar dinheiro promovendo o ócio e a vagabundagem.
Somos um país com abundância de riquezas potenciais e de recursos naturais. Precisamos é educar e preparar este povo para os desafios que o futuro nos impõe, e diferentemente do que diz o ministro Mantega, reservar dez por cento do PIB para a EDUCAÇÃO precisa ser meta, e isto não quebrará o país, não.
O que está nos quebrando é a roubalheira generalizada, a impunidade aos criminosos de colarinho branco, o sempre crescente gasto com Previdência Social (gastamos mais que o dobro que países de primeiro mundo, em razão do funcionalismo público), e principalmente pela magistral incompetência de nossos políticos de todas as siglas.
A propaganda hipócrita na TV proclama: “O Banco xis baixou os juros, porque isso é bom para você.” Então, eu pergunto: “Por que vocês não fizeram isso há quarenta anos atrás?” Só por Deus, não é, mermão?
Com carinho, e orando por um país de todos e para todos e em verdadeira democracia!
João Antonio Pagliosa