Café e pão com manteiga…
Por: José Carlos Paiva Bruno – OABRJ 73304
Nessas idas e vindas de todos nós, aproxima-se mais um Natal, daquele que veio e nunca foi pra longe de nós… Bendito menino Deus, que conquista até os ateus comunistas; afinal secular Niemeyer descansa no São João Batista, embalado em orações onde muitos de nós cristãos desatamos por um, quero crer, fetiche comunista. Menos mal até o sábio poeta – presente junto ao féretro – Ferreira Gullart declara-se, em vida, veemente “ex”…
Gênio das curvas em originalíssimo desprezo as retas, que quando incertas traduzem setas, em contornos e adornos abençoando Brasília, cuja obra-prima em minha modesta inferência traduz a Catedral. Vórtice visto de cima, certamente dum portal com o divino, revelado em vista lateral como metáfora visual de chama viva, espírito santo que não se apaga… Então Oscar talvez não quisesse (beijo especial) falar de forma convencional, mas com sua criação revela dialética donde vimos e ouvimos; assim uma simples especial nova forma do afresco sistino, onde a emoção terráquea busca encontrando sua imagem e semelhança, daquelas mãos opostas confessando a maior aposta, sempre parceiros Deus e o novo Adão…
Museu de Arte Contemporânea em Niterói; constrói a nave espacial, viagem do Homem por sua pequena Eva: essencial aquarela para outras dimensões, contatos que gênios arquitetônicos vivenciam, desde o Olimpo e seu vigamento preparado meticulosamente para a distorção ótica humana… Contraponto da simetria piramidal egípcia… Aqui nas curvas – odes anacreônticas – espontâneas, quase libertinas de nosso Oscar! Mesma matemática estrutural fazendo e refazendo ligações, do aparente simples ao fenomenal… Chegando até a França do amigo apoiador Le Corbusier “inspirando” Aeroporto Internacional Charles de Gaulle, em tempo penso que vanguardistas do patrocínio estatal, tanto Corbusier quanto Niemeyer: emplacaram suas revelações estando humanizados pelos urbanistas, onde destaco nosso Lúcio Costa, que com o plano diretor de Brasília deu sentido a nova onda pós-impressionista na Arquitetura mundial. Casamento da vanguarda com a efetividade aristotélica de Lúcio. Mantendo o Homem no centro do universo… Servindo-o de saúde do pão com manteiga luso-brasileiro aos cafés parisienses!
Em tempo, cardápio que lembra Mantega, nossa indiscutível dieta, melhor dizendo diretriz saudável econômica, discreto e atuante, vem mantendo nosso mercado em equilíbrio… Curioso como a consagrada The Economist vem sugerir sua demissão… Rebatida por uma “entrevista de garagem” rápida mostrando uma surpresa Dilma nacionalista racional, graças a Deus cada vez mais longe da banda podre do PT… Talvez seja mera coincidência que com a condenação do manipulador – José Dirceu – das cotações do nosso nióbio, abandonados ficaram os sócios ingleses. Talvez buscando uma nova parceria, destemperada em café e pão com manteiga… Afinal nossa Economia não pode ser adoçada com açúcar de beterraba!