Reencontro III

Por José Carlos Paiva Bruno – OABRJ 73304

Palavra é verbo da carne… Inteiros ou pela metade, somos infinitos de verdade. Quando olhamos ao céu avistando passado transportado em clarão, temos o mínimo nosso no máximo universo. Denso e complexo em cem bilhões de galáxias, incluindo a nossa. Instantes pares de almas, calmas perplexas interseções das órbitas, óticas.

Incógnitas, desconhecido canto. Além reside a busca, mistério da prova etrusca. Léguas de Verne, catedrais de Hugo, sinos de Hemingway, brados de Saramago, gaivotas do Bach, negreiros navios de Alves, círculos de Dante, perfeição de Vieira, hora da ceia…

Rituais da prosa, calor rosa. Antecede o raio ao trovão? Luz chegando antes do som, quais coordenadas do tesouro, arte do chumbo em ouro. Esfinge do enigma? Cético ou crente, Homem de repente…

Magia das dimensões, além estéricos territórios, dos tais governos e nações… Talvez explicação dos sermões. Sertões estelares, porto dos mares, desejo dos poetas e bruxas dos altares, razões. Afinal o que transcende é paixão que acende. Presente sempre, sentida d’adolescência à vivência. Trajetória da latência, trajes d’eminência…

Mais o que é do conto, senão hipnose reencontro. Momento santo. Seja de fadas, amantes amadas. Seja de freiras, facetas brejeiras. Seja de molecas, levadas da breca. Seja de princesas, duma roca agonia incerta. Seja das Alices, dos gatos crendice… Fardos dos faunos, travessos arautos.

Estilo é motivo, quase caso antigo. Arco abrigo, fala comigo. Entrelinhas do trigo; alimento d’estar contigo, linhas umbigo… Pode ser a voz da colheita, até mesmo nova seita… Dúvida espreita; aceita. Assim, terceira nave do Sol, azul boreal, ilha do bem, náufrago casual. Resgate do Jasão, flecha argonauta. Velocino da ribalta…

Vida além do momento, das Beatrizes e Dulcinéias, atrizes apneias… Amores de asas, quais bules de casas. Velas de navegar à bolina, imagem e semelhança, destino de cima. Rima para cafezinho…

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