Perambular
Por José Carlos Paiva Bruno (OABRJ 73304)
Sábado novamente, caminhando crente. Contente em mesmo quando tropeço em peço… Pensando e pedindo a compreensão ou talvez pedindo e pensando. Fato é que agora, com olhos mais críticos, talvez cítricos, eu me conheça melhor… Eu que sempre precisei dalguns momentos só, em almoços ou mesmo nos intervalos pra fumar. Aprendi e aprendo nestes temos, que ali estou conversando com Deus, sempre tentando além da misericórdia, uma concórdia para minha vida – porque à arte imita – atrevida paródia. Pode parecer meio paranoico, quase estoico percebo agora, aos cinquenta do segundo tempo, que estando com meus botões, estou em verdade nos intervalos da tempestade, caridade, onde nós sempre desejamos – até inconscientemente – para que o que consideramos maus momentos, passe logo. Quase colo; pedindo esmolo… Difícil é compreender que quando superação; traz aquela sensação de que já faz muito tempo tentando, e que agora teremos pouco saboreando…
Em verdade, cheiros em ares; procuramos todos pares. Minha namorada seja parceria que desejo, além do corpo do beijo. Minha editora é espelho da minha visão compreender, me fazendo crer pra valer… Minhas amigas sendo meus sabores de cores, visões de carinho, luz do caminho… Meus amigos valentes lindeiros, nos choros recreios, visões dos meus anseios, lágrimas e meios. Meus filhos, minha imortalidade sanidade, afinidade…
Percebi – paralelos e asfaltos, dos saltos altos e baixos, batons e gravatas – que minha rua está envelhecendo, onde tudo tem um tempo debaixo do Céu… Prefácios faceiros caminham aos epílogos derradeiros. Qual véu de grinaldas, calmas que adornam a beleza, almas da mesa. Mesmo envelhecendo não perdemos as cores, embora aumente a distância dos sabores. Indo ou vindo, sinto… Logo existo, insisto. Assim, nexo explícito, buscamos…
Mas o que vale graça de mãos dadas, passeio pelas calçadas. Curiosidade de vidraças, doces ou amargas. Possibilidades de linhas, brincadeiras de palavras minhas… Ou serão mais suas, onde lendo, desnudas, buscas nossas, qual bossa… Pois o poema não é matutino ou vespertino, sendo apenas peregrino… Qual felicidade venha em rede, maior fase melhor idade. Crede?