A Sala
É necessário maturidade para entender o amor e suas nuances
Entrei na sala de aula esta semana e mais uma vez a porta estava aberta com o ar condicionado ligado. Como já falei aqui, trabalho na rede pública de Marechal Deodoro. Recentemente passamos por uma grande reforma e por isso fomos deslocados para uma estrutura, que dificultava bastante o aprendizado, por um tempo que pareceu mais uma eternidade.
Ao fim da obra recebemos uma escola totalmente nova e equipada, que não deixa à a desejar em nada a qualquer outra escola do Brasil. Com a estrutura nova é necessária uma mudança na mentalidade das pessoas que usufruirão do novo espaço e isso, meus amigos leitores, é o grande desafio. Conscientização de todos entes que compõem a escola: funcionários, alunos, pais e a comunidade.
O psicólogo Rossandro Klinjey conta uma história sobre o quanto o amor é um sentimento complexo e que só conseguimos realmente entendê-lo quando estamos no final da juventude e partindo para a vida adulta. Talvez por isso os gregos, desde a antiguidade, tenham três definições para o amor: Eros, Philos e Ágape.
Eros é o amor do desejo carnal, sexual e necessariamente é o amor daquilo que ainda não temos e ou desejamos ter. Philos é amor fraterno, tanto que a palavra Filosofia significa amor pelo saber. Por último, Ágape é o amor incondicional, como amor dos pais para um filho ou o amor de Deus sobre nós. Eles por muito tempo desejaram estudar em uma escola como a que estudam agora, era o Eros, mas a partir do momento que o objeto desejo está nas mãos, esse amor tem que se converter para algo mais complexo para que o interesse não se esvazie.
Quantas vezes buscamos algo, ou coisas, que hoje não significam nada? Não tem nada de errado nisso, a insatisfação é parte da natureza humana, mas as pessoas não são objetos e não deveriam ter seu valor medido por sua utilidade. Talvez seja utopia da minha parte, mas sigo como o Dom Quixote por amor às causas perdidas.